quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Nióbio

Mercados  consumidores
Três são as aplicações  principais do nióbio: a) 79% da  demanda do  metal ocorrem na
produção de aços microligados, sob a forma de ferronióbio; b) 10% são utilizados na fabricação
de  aços  inoxidáveis  e  resistentes  ao  calor,  também sob a  forma  de  ferronióbio;  c)  9%  são
direcionados à  produção de superligas,  sob  a forma de óxido de nióbio e masterligas. Os 2%
restantes atendem a outros usos, também sob a forma de óxido de nióbio. De fato, a indústria
do nióbio pode ser dividida em dois segmentos bastante distintos, em função do grau de pureza
dos produtos: os que fazem uso do ferronióbio standard e os que utilizam o óxido de nióbio de
alta pureza e seus derivados.
Constata-se que a siderurgia é, mais uma vez, a responsável pela principal demanda desse
metal, a exemplo do verificado com o níquel e zinco. A bem da verdade, a importância é ainda
mais significativa, ao atingir 89% do consumo. De acordo com Heisterkamp & Carneiro (2001,P.3),
 constatou-se uma mudança  significativa  em termos dos consumidores  finais de nióbio, ao
longo do período 1980-2000, dado que a importância relativa de tubos de aço regrediu de 58%
para 25%. Concomitantemente, a relevância de automóveis cresceu de 10% para 29%, a de aços
estruturais de 10% para 17%, a de outros aços de 6% para 8% e a de metais ligados e especiais de 5% para 10% . Por outro lado, a participação de aços inoxidáveis manteve sua importância relativa de 11%.Vale ressaltar que na produção de aços microligados, em geral, consome-se apenas 400 gramas de ferronióbio por cada tonelada de aço produzida.
                                            Tendências da demanda
A demanda mundial de nióbio cresceu de 2,86 para 20,61 mil toneladas de nióbio contido,
ao longo do período 1965-1997. Essa trajetória, contudo, não foi linear. Observa-se no GRAF.
8 que, após um incremento substancial entre meados da década de 1960 até 1979, a demanda
mundial se estabilizou no patamar de 13 mil toneladas de metal contido. Uma segunda fase de
crescimento se verificou a partir de 1994, como uma decorrência de: a) o desenvolvimento e a
produção de  novos  produtos  siderúrgicos  que consomem  nióbio, especialmente,  aços  IF
interstitial free e  aços inoxidáveis; b) um aumento da produção  de automóveis, aviões  e tubos,
que são importantes demandantes do metal; c) a elevação de preços do ferro-vanádio, que é um
concorrente do nióbio em algumas aplicações; d) a estratégia de enobrecimento levada a cabo
pelas empresas siderúrgicas,  o  que  acaba  beneficiando a  produção  de  aços  contendo  nióbio
(Bordignon, Vargas & Souza, 1998, p. 9).
GRÁFICO 8
EVOLUÇÃO DA DEMANDA MUNDIAL DE NIÓBIO, 1965-1997
(MIL TONELADAS DE NIÓBIO CONTIDO)

Em termos de perspectivas de longo prazo, Heisterkamp & Carneiro (2001, p. 2) comentam
que, em 1981, as estimativas de crescimento anual do consumo de nióbio oscilavam entre 3-3,5% e 10%. Contudo ambas previsões superestimaram o incremento, pois, no período 1980-90, registrou-se  um  crescimento  anual  médio  de  2,6%.  Por  sua  vez,  BNDES  (2000c, p.  2-3) destaca  que o consumo mundial de ferronióbio, em termos de nióbio contido, aumentou de 14,2 para 19,25 mil toneladas, ao longo do período 1995-1999, representando um crescimento anual médio de 7,9%.Entretanto, para os próximos anos, a expectativa é de que o consumo de ferronióbio se estabilize, oscilando no intervalo de 18,2 a 21 mil toneladas. Em suma, observa-se a combinação de grandes surtos de crescimento  com períodos  de  estagnação,  embora  a  taxa de  crescimento  anual seja relativamente alta para um produto mineral.
                                        Reservas  mundiais
 
Segundo o U.S. Geological Survey, as reservas mundiais medidas e indicadas de nióbio (em termos de nióbio contido), no ano de 2001, atingiram 5,7 milhões de toneladas, das quais 91,2% se encontram no Brasil. O restante das reservas se distribui entre Canadá (7,0%) e Nigéria (1,6%).
Congo e  Austrália possuem pequenos depósitos, mas sem estimativas precisas do tamanho das
reservas. Ao  ritmo atual  da produção  mundial  de  nióbio, as reservas conhecidas demandariam
séculos para se exaurir. O nióbio é obtido, principalmente, a partir do mineral pirocloro, embora
também seja encontrado na columbita-tantalita. Nesse último caso, o nióbio é obtido como um
subproduto do tântalo.
                                                         Reservas brasileiras
Ressalte-se que  as  reservas  brasileiras  de nióbio aumentaram  de 3,6  (em 1997)  para  5,2
milhões de toneladas (em 2001), consolidando o seu papel de liderança. As reservas brasileiras se
concentram em Araxá (Minas Gerais), com 96,3%, ao passo que os demais depósitos localizam-se em  Catalão e Ouvidor  (Goiás),  com  1%,  e São  Gabriel  da Cachoeira  (Amazonas), com  2,7% (Silva, 2001b,  p.  87).
                                           Produção mundial
Estimativas do U.S. Geologic Survey indicam que a produção mundial do nióbio, em
2001 ter-se-ia mantido no mesmo patamar do ano anterior. De acordo com Crowson (2001, p. 286), a produção mundial em 1999 foi de 23.690 toneladas (em termos de nióbio contido), sendo que o Brasil manteve  a  liderança  histórica, com  88,9%  do  total. A produção canadense foi equivalente  a  10,0% do total mundial,  ao passo que Austrália  (0,6%), Ruanda (0,3%) e Nigéria(0,1%) completaram a lista dos produtores mundiais do nióbio.
A indústria do nióbio é um  negócio  com dimensões  relativamente pequenas.  De acordo com Crowson (2001), o valor da produção do nióbio, em 1999, foi estimado em US$ 224 milhões. Trata-se de um pequeno valor em comparação, por exemplo, com o zinco (US$ 9,02 bilhões) e o níquel (US$ 6,21 bilhões), mas bastante superior ao do tântalo (US$ 45 milhões).
                              Produção e exportação brasileira  de ferronióbio
O ferronióbio é produzido principalmente no Brasil e no Canadá. Duas empresas estão localizadas no Brasil: Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM, de propriedade do grupo brasileiro Moreira Salles e da mineradora norte-americana Molycorp) e a Mineração Catalão de Goiás (originalmente uma joint-venture entre a Anglo-American e um grupo de investidores reunidos na empresa Unamina) A terceira é a Niobec, localizada no Canadá, que possui seu controle compartilhado entre duas outras empresas canadenses, Cambior e Mazarin (Quadro 13). Atualmente, a CBMM possui uma capacidade instalada para a produção  de  ferronióbio  de  45  mil  toneladas  anuais,  ao  passo  que  a  da  Mineração Catalão  de  Goiás  é  de 5.200  toneladas, e  da  Niobec,  de  4.500  toneladas.
QUADRO 13
A INDÚSTRIA MUNDIAL DO FERRONIÓBIO, 2000
Controlador GRUPO MOREIRA ANGLO-AMERICAN CAMBIOR (50%), SALLES (55%), (100%) MAZARIN (50%) MOLYCORP (45%)
Início das Operações 1961 1977 1976
Localização Araxá Catalão e Ouvidor Oka
das Minas (Minas Gerais) (Goiás) (Québec, Canadá)
Tipo do Minério Pirocloro Pirocloro Pirocloro
Tipo de Operação da Mina Céu Aberto Céu Aberto Subterrânea
Tempo de Vida da Mina  Alguns  Séculos 30 anos 16 anos
Localização da Usina Araxá Catalão Oka (Québec,
de Metalurgia (Minas  Gerais) (Goiás) Canadá)
Produção (toneladas
em nióbio contido) 15.477 2.741 2.170
Faturamento (US$ milhões) 213 38 32
Exportações /
Faturamento (%) 95 100 -
Número de Empregados 269 319 185
FONTE: BRASIL MINERAL, DNPM; Empresas; SILVA, 2001b; Metal Bulletin;  Exame Maiores e Melhores,  Balanço Anual da Gazeta Mercantil
Em 2000, a CBMM produziu 15.477 toneladas de nióbio contido em ferronióbio e 1.274 toneladas na forma de óxido de nióbio. A empresa destinou 94,5% de sua produção ao mercado externo naquele ano. As exportações  de ferronióbio da  CBMM atingiram  14.630 toneladas  de nióbio contido, resultando em exportações de US$ 194,2 milhões. A Mineração Catalão de Goiás, por sua vez, produziu 4.123 toneladas de ferro-ligas, o equivalente a 2.741 toneladas de  nióbio contido (Silva, 2001b, p. 87). Toda a produção dessa empresa foi exportada, gerando exportações de US$ 37,9 milhões. Portanto, essa atividade mineral, mesmo atendendo à totalidade da demanda interna, é fortemente direcionada ao mercado externo.
De acordo com BNDES (2000c, p. 4), na indústria brasileira de ferro-ligas, o ferronióbio vem se destacando como o único produto a apresentar crescimento real no volume produzido, tanto no curto, quanto  no longo prazo.  Ele apresentou um crescimento  praticamente contínuo durante  a década de  1990, passando  de 13  para 27  mil  toneladas  exportadas, em 1990 e 1998, respectivamente.  Em termos financeiros, as  receitas  das  vendas  externas  passaram de US$  111 para US$ 242 milhões, representando sozinho cerca de 43% do valor das exportações brasileiras de ferro-ligas. Adicionalmente, seu preço variou positivamente em 6,14% no período 1990-1998, atingindo em média US$ 8.787 por tonelada nesse último ano.
                                         O Segmento de óxido de nióbio
O segundo segmento de mercado da indústria de nióbio refere-se à produção de óxido de nióbio. A CBMM é a única empresa que atua nos dois segmentos, produzindo óxido de nióbio a partir do pirocloro, ao passo que todos os outros participantes do mercado o fazem por meio do processamento da columbita-tantalita, na qual o nióbio é obtido como um subproduto do tântalo.
Outra alternativa refere-se aos chamados produtores não-integrados de óxido de nióbio. A CBMM, em 1999, detinha cerca de 55,8% da capacidade mundial instalada de óxido de nióbio para ligas e metais e 17,6% de óxidos especiais de nióbio (TAB. 25).
TABELA 25
A INDÚSTRIA MUNDIAL DE ÓXIDO DE NIÓBIO, 1999 (TONELADAS)
LIGAS E METAL ÓXIDOS ESPECIAIS TOTAL
CBMM (Brasil) 2.400 150 2.550
Metallurg (EUA) 1.200 - 1.200
H.C. Starck (Alemanha) 300 300 600
Cabot (EUA) 100 - 100
Oremet-Wah Chang (EUA) 300 - 300
Mitsui (Japão) - 400 400
TOTAL 4.300 850 5.150
FONTE: BNDES , 2000c, p. 4

                                                         O caso CBMM
É interessante analisar quais têm sido as principais estratégias da CBMM com o objetivo de manter sua expressiva  participação (com  cerca de  72%  do  mercado  mundial de  nióbio).  Dois parecem ser os pilares da estratégia competitiva da empresa: a) elevados investimentos, aumentando a capacidade instalada,  que permitam  garantir  o  atendimento de um  eventual  crescimento  da demanda;  b)  alto  grau de  verticalização, sendo  a única  empresa a  atuar  tanto  na produção de ferronióbio quanto na de óxido de nióbio.
A  CBMM  concluiu,  no  biênio  2000-2001,  investimentos  da  ordem  de  US$  82,5  milhões. Desse  total,  US$ 45 milhões  foram gastos  na  implantação  da  tecnologia  pirometalúrgica,  em substituição ao  processo  anterior de  lixiviação,  garantindo  economia  de  custos e  melhor  qualidade do processo produtivo. Isso também per mitiu a ampliação da capacidade de produção de concentrado de nióbio  de  50 para 84 mil toneladas anuais.  Em  termos de produtos  finais, a capacidade instalada de ferronióbio subiu de 30  para  45 mil toneladas anuais (QUADRO 14). Expandiu-se  a capacidade de óxido de nióbio de alta pureza, de 2.400 para 3.000 toneladas, bem como a de níquel-nióbio  e  de ferronióbio grau  vácuo,  de 800  para  1000 toneladas anuais.  Apenas  a capacidade  instalada de óxido de nióbio grau óptico (150 toneladas anuais) e a de nióbio metálico (60 toneladas anuais) mantiveram- se  inalteradas.  Mesmo  assim,  cabe  ressaltar  que,  para  2003,  a  capacidade  de  nióbio  metálico  será expandida  para  210  toneladas  anuais,  a  um custo de US$ 7 milhões.
Como já mencionado, a CBMM é a única a atuar tanto no segmento de ferronióbio quanto de óxido de nióbio.  De fato, deve-se enfatizar  que a empresa possui  o mix de produtos  mais  amplo do
mercado,  incluindo: ferronióbio  standard (que  começou  a ser produzido  em  1964),  óxido  de  nióbio alta pureza (1980), níquel-nióbio e ferronióbio grau vácuo (1982), nióbio metálico  (1989) e óxido de nióbio  grau  óptico  (1998).  Em  face  da  recorrente  verticalização  e  ampliação  do  mix   de  produtos, desde 1981, a CBMM não vende mais o concentrado de nióbio no mercado. Adicionalmente, dentro do objetivo global de aumentar a dimensão do mercado, a empresa mantém um programa de assistência e  desenvolvimento  técnico  de  mercado  nas  diversas  partes  do  mundo.  Nessas  e  nas  atividades  de pesquisa  e desenvolvimento, a  empresa geralmente  investe  cerca  de 2% do  seu faturamento  anual.
QUADRO 14
CAPACIDADE INSTALADA DA CBMM
INÍCIO DE CAPACIDADE CAPACIDADE
PRODUTO PRODUÇÃO CONTEÚDO PRÉVIA* ATUAL*
Ferronióbio Standard 1964 65 - 67 Nb 30.000 45.000
Óxido de Nióbio Alta Pureza 1980 99 Nb2O5 2.400 3.000
Ferronióbio Grau Vácuo e 1982 65 Nb 800 1.000
Níquel-Nióbio Grau Vácuo
Óxido de Nióbio Grau Óptico 1998 99.9 Nb2O5 1 50 150
Nióbio Metálico 1989 99.9 Nb 60 60
FONTE: CBMM
NOTA: * em toneladas.
                             Novos entrantes na indústria mundial de nióbio
No que se refere a novos entrantes nesse mercado, existem duas possibilidades principais: exploração do pirocloro ou da columbita-tantalita. No primeiro caso, o projeto mais avançado é da Niocan, localizado também em Oka (Québec, Canadá).  A empresa foi constituída em 1995, tendo investido, desde  então, mais de  US$  6  milhões  para desenvolver o  depósito,  situado aproximadamente a 40 quilômetros de Montreal. O projeto, cuja previsão inicial era de entrar em operação em 2002, prevê uma capacidade instalada de 4.500 toneladas de ferronióbio (2.800 toneladas de nióbio contido). Estima-se que as reservas sejam suficientes para 15 anos de operação, durante os quais o empreendimento empregará 150 pessoas.
No segundo caso, a Mamoré (produtora de estanho controlada pelo grupo Paranapanema) entrou nos mercados de tântalo  e nióbio, como fornecedora de  matéria-prima,  em 1998, com quantidades médias de 50  e 500 toneladas  de tântalo e nióbio contidos, respectivamente. Além disso, em agosto de 2000, a empresa inaugurou, em São Tiago (Minas Gerais), uma planta de óxidos com capacidade para tratar 2.000 toneladas de  liga por  ano, que é  atualmente capaz  de produzir 100 toneladas de tântalo, 250 toneladas de óxido de nióbio e 1.000 toneladas de fer ronióbio. Estima-se que essa planta gere um faturamento de US$ 25 milhões anuais, distribuídos entre US$12 milhões com o tântalo, US$ 4 milhões com o óxido de nióbio e US$ 9,3 milhões com o ferronióbio(Brasil Mineral, 2000, n. 186). No primeiro semestre de 2001, a Mamoré produziu 4,9 mil toneladas de estanho metálico, 21 toneladas de óxido de tântalo, 71 toneladas de óxido de nióbio e mais 49 toneladas de ferronióbio (Gazeta Mercantil, 6 ago. 2001). Apesar da pequena dimensão, a Mamoré poderá aumentar seu envolvimento  com  o negócio  do  nióbio, como  consequência  do  projeto Rocha  Sã, em sua  mina de  Pitinga  (Amazonas).  Assim, pode-se esperar que, em médio prazo, o número de produtores mundiais de ferronióbio se eleve.

                                                              Preços
Segundo  BNDES  (2000c,  p.  7),  de  todas  as  aplicações  do  nióbio,  apenas  para  os supercondutores,  cujo  consumo não atinge 2% da  demanda mundial  desse  metal, não existem substitutos  diretos. Para todas as demais aplicações,  o  nióbio sofre  a concorrência  técnica do vanádio,  titânio,  molibdênio,  tungstênio e  tântalo  que,  isoladamente ou  combinados em certas proporções, podem conferir ao produto que os contém características próximas àquelas transmitidas pelo nióbio. Assim, a possibilidade de novos entrantes e de metais concorrentes acabam por limitar uma elevação mais significativa de preços, mesmo num contexto de alta concentração de mercado.
De  fato,  os  preços  do  nióbio  são  bastante  estáveis,  o  que  o  diferencia  muito  do comportamento cíclico e instável de outros minerais, como níquel e zinco, para citar apenas dois exemplos. De fato, os preços do ferronióbio têm mostrado poucas alterações ao longo de duas décadas. Eles aumentaram gradualmente, de US$ 10 por quilograma de nióbio contido em 1977 para US$ 15 por quilograma de metal contido na segunda metade da década de 1990 (GRAF. 9).
GRÁFICO 9
EVOLUÇÃO DO PREÇOS DE FERRONIÓBIO, FERROVANÁDIO E FERROTITÂNIO, 1977-2001
(US$ / QUILOGRAMA DE METAL CONTIDO)



FONTE: BORDIGNON, VARGAS & SOUZA ,1998, CBMM

Informações colhidas junto ao DNPM ratificam um comportamento mais estável de preços do ferronióbio, algo bastante peculiar em produtos minerais metálicos. Ao longo do período 1988-2000, não foram observadas grandes oscilações. A liga ferronióbio apresentou um crescimento de20, 84% em valores nominais e um decréscimo de 7,97% em termos reais. Por sua vez, o óxido de nióbio teve um crescimento de 37,88% em valores nominais e 5,01% em reais. Quando se considera que a comercialização do ferronióbio e do óxido de nióbio é realizada diretamente pelas empresas produtoras e  não por meio  de bolsa  de mercadorias,  ratifica-se  que o  nióbio não  se comporta como uma commodity.
Adicionalmente, no caso da CBMM, a comercialização e a distribuição dos produtos são realizadas por meio de subsidiárias localizadas em  Dusseldorf  (Alemanha), Pittsburgh  (Estados Unidos) e Tóquio (Japão), nesse último em associação com a trading company japonesa Nissho Iwai.
Cada uma das empresas mantém estoque para suprir o mercado de suas regiões por três meses, garantindo estabilidade de fornecimento e entregas just-in-time. Isto é, naturalmente, coerente com o fato de  que,  no  ano 2000, a distribuição geográfica de  nióbio foi  a  seguinte: Europa  (37%), América  do Norte (34%),  Japão  (19%)  e demais países  (10%)    ver Heisterkamp &  Carneiro(2001, p.  3).

                                                        Perspectivas 
De um modo sucinto, pode-se afirmar que: as perspectivas do crescimento da demanda de nióbio são boas, podendo-se acreditar que ele mantenha o ritmo histórico de 2,6% ao ano; considerando o caso brasileiro, tanto a CBMM (Minas Gerais) quanto a Mineração Catalão de Goiás (Goiás) recentemente concluíram expansões. No caso da primeira, contemplou- se não apenas a ampliação da produção de ferronióbio standard, mas também de outros produtos de maior valor agregado. Adicionalmente, a capacidade ociosa mundial na produção de ferronióbio é da ordem de 40%. Assim, não existe nenhuma razão objetiva para esperar uma nova rodada de investimento das empresas já atuantes no mercado; mesmo com a  possibilidade de  novos  ingressantes  na  indústria mundial do nióbio, é sensato esperar que Minas Gerais, por intermédio da CBMM, venha manter sua posição de liderança nessa indústria, mesmo a longo prazo.

 



































 








 
 



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