A BIOESTRATIGRAFIA
A bioestratigrafia procura registrar
de forma sistemática a distribuição no tempo e no espaço de todas as espécies.
O confronto dessa distribuição permite a identificação de horizontes
particularmente marcantes que servem para a delimitação da unidade bioestratigráfica
fundamental, que é a zona. A distribuição espacial e temporal dos organismos
fornece uma escala de tempo relativo e que pode ser associada à escala de tempo
absoluto, resultando numa escala de tempo integrada.
URÂNIO-CHUMBO
Todos os isótopos do urânio (existem
cerca de 15 conhecidos) são instáveis. Em seus processos de desintegração,
muitos elementos intermediários são formados, e seus produtos finais (“filhos”)
são isótopos estáveis do chumbo (Pb).
Dois isótopos de urânio (U) são
usados para datação: 235U, que se transforma em 206Pb na
base de uma vida média de 713 milhões de anos, e o 238U, que se
transforma em 206Pb a uma vida média de 4,5 bilhões de anos. O
chumbo de origem natural que ocorre nos minerais é formado por inúmeros
isótopos, dos quais aproximadamente a metade foi produzida pela desintegração
do urânio.
Além de minério de urânio, que não é
muito comum, um dos melhores minerais para se utilizar na datação pelo processo
urânio-chumbo é a zirconita. A fórmula química da zirconita é ZrSiO4.
As zirconitas são encontradas em
pequenas quantidades em rochas comuns como o granito, e nesse caso a idade
medida representa o tempo em que o granito se solidificou. Uma das
características da datação pelo processo urânio-chumbo é que dois isótopos
diferentes estão se desintegrando ao mesmo tempo, e assim dois “filhos”são
produzidos juntamente, o que vem a ser uma maneira de se conferir os
resultados, diminuindo a margem de erro. Se a idade calculada a partir de cada
binômio “mãe-filhos” é a mesma, pode-se ter certeza de estar num sistema
fechado e de que se obteve uma idade precisa.
POTÁSSIO – ARGÔNIO
Existem três isótopos naturais do
potássio (K) e dois deles, que juntos perfazem mais de 99% do potássio mundial,
são estáveis. Entretanto, 40K não é estável e desintegra-se de duas
maneiras diferentes. Cerca de 89% do 40K desintegra-se pela emissão
de uma partícula beta, convertendo assim um nêutron em um próton. O potássio
então converte-se em cálcio (Ca), mas esse descendente, 40Ca, não é
diferente da forma mais comum de cálcio e não é produzido através da
radioatividade. Dessa maneira, a probabilidade de que parte desse 40Ca
medido num mineral já pertencia à rocha no início da contagem do tempo torna
limitado o uso do sistema.
Os restantes 11%de 40K
desintegra-se, capturando um de seus próprios elétrons orbitais para dentro de
seu núcleo, em vez de emitir partículas. A adição de uma carga negativa no
núcleo converte um próton em um nêutron, e o elemento com um próton a menos que
o potássio é o argônio (Ar). Argônio é o terceiro gás mais abundante em nossa
atmosfera (depois do nitrogênio e do oxigênio), e a maior parte dele é gerada
pela radioatividade. O potássio faz parte da constituição de diversos minerais
muito comuns, como as micas, o que faz com que o método 40K – 40Ar
seja mais utilizado para a datação.
O problema aqui é que o descendente
argônico – que é um gás relativamente inerte – pode facilmente escapar do
sistema; decorre daí que a datação computada pode ficar muito recente. Por
sorte alguns minerais tendem a reter mais o argônio do que outros.
Se houver suspeita de que a rocha
sofreu um reaquecimento, devem ser escolhidos outros minerais para a datação. A
abundância de minerais portadores de potássio e a meia-vida de 1,3 bilhão de
anos para o 40K permitem a datação em muitos tipos de rochas.
As melhores condições para datação
ocorrem para rochas que se formaram somente 50.000anos atrás. Entretanto, a
pequena quantidade de 40Ar produzida durante esse curto intervalo de
tempo torna imperativa a execução de medidas com precisão rigorosa, o que
limita o uso desse método para rochas jovens.
RUBÍDIO – ESTRÔNCIO
O último sistema para datação de
rocha é o da transformação do rubídio-87 (87Rb) em estrôncio-87 (87Sr).
Existem algumas dúvidas quanto à meia-vida exata do 87Rb, mas
sabe-se que é muito longa, cerca de 47 bilhões de anos. Este método é mais
frequentemente usado para a datação de certas micas e feldspatos de rochas
ígneas ou metamórficas.
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