sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Processos de Datação Das Rochas


A BIOESTRATIGRAFIA


            A bioestratigrafia procura registrar de forma sistemática a distribuição no tempo e no espaço de todas as espécies. O confronto dessa distribuição permite a identificação de horizontes particularmente marcantes que servem para a delimitação da unidade bioestratigráfica fundamental, que é a zona. A distribuição espacial e temporal dos organismos fornece uma escala de tempo relativo e que pode ser associada à escala de tempo absoluto, resultando numa escala de tempo integrada.



URÂNIO-CHUMBO


            Todos os isótopos do urânio (existem cerca de 15 conhecidos) são instáveis. Em seus processos de desintegração, muitos elementos intermediários são formados, e seus produtos finais (“filhos”) são isótopos estáveis do chumbo (Pb).
            Dois isótopos de urânio (U) são usados para datação: 235U, que se transforma em 206Pb na base de uma vida média de 713 milhões de anos, e o 238U, que se transforma em 206Pb a uma vida média de 4,5 bilhões de anos. O chumbo de origem natural que ocorre nos minerais é formado por inúmeros isótopos, dos quais aproximadamente a metade foi produzida pela desintegração do urânio.
            Além de minério de urânio, que não é muito comum, um dos melhores minerais para se utilizar na datação pelo processo urânio-chumbo é a zirconita. A fórmula química da zirconita é ZrSiO4.
            As zirconitas são encontradas em pequenas quantidades em rochas comuns como o granito, e nesse caso a idade medida representa o tempo em que o granito se solidificou. Uma das características da datação pelo processo urânio-chumbo é que dois isótopos diferentes estão se desintegrando ao mesmo tempo, e assim dois “filhos”são produzidos juntamente, o que vem a ser uma maneira de se conferir os resultados, diminuindo a margem de erro. Se a idade calculada a partir de cada binômio “mãe-filhos” é a mesma, pode-se ter certeza de estar num sistema fechado e de que se obteve uma idade precisa.


POTÁSSIO – ARGÔNIO

            Existem três isótopos naturais do potássio (K) e dois deles, que juntos perfazem mais de 99% do potássio mundial, são estáveis. Entretanto, 40K não é estável e desintegra-se de duas maneiras diferentes. Cerca de 89% do 40K desintegra-se pela emissão de uma partícula beta, convertendo assim um nêutron em um próton. O potássio então converte-se em cálcio (Ca), mas esse descendente, 40Ca, não é diferente da forma mais comum de cálcio e não é produzido através da radioatividade. Dessa maneira, a probabilidade de que parte desse 40Ca medido num mineral já pertencia à rocha no início da contagem do tempo torna limitado o uso do sistema.
            Os restantes 11%de 40K desintegra-se, capturando um de seus próprios elétrons orbitais para dentro de seu núcleo, em vez de emitir partículas. A adição de uma carga negativa no núcleo converte um próton em um nêutron, e o elemento com um próton a menos que o potássio é o argônio (Ar). Argônio é o terceiro gás mais abundante em nossa atmosfera (depois do nitrogênio e do oxigênio), e a maior parte dele é gerada pela radioatividade. O potássio faz parte da constituição de diversos minerais muito comuns, como as micas, o que faz com que o método 40K – 40Ar seja mais utilizado para a datação.
            O problema aqui é que o descendente argônico – que é um gás relativamente inerte – pode facilmente escapar do sistema; decorre daí que a datação computada pode ficar muito recente. Por sorte alguns minerais tendem a reter mais o argônio do que outros.
            Se houver suspeita de que a rocha sofreu um reaquecimento, devem ser escolhidos outros minerais para a datação. A abundância de minerais portadores de potássio e a meia-vida de 1,3 bilhão de anos para o 40K permitem a datação em muitos tipos de rochas.
            As melhores condições para datação ocorrem para rochas que se formaram somente 50.000anos atrás. Entretanto, a pequena quantidade de 40Ar produzida durante esse curto intervalo de tempo torna imperativa a execução de medidas com precisão rigorosa, o que limita o uso desse método para rochas jovens.


RUBÍDIO – ESTRÔNCIO

            O último sistema para datação de rocha é o da transformação do rubídio-87 (87Rb) em estrôncio-87 (87Sr). Existem algumas dúvidas quanto à meia-vida exata do 87Rb, mas sabe-se que é muito longa, cerca de 47 bilhões de anos. Este método é mais frequentemente usado para a datação de certas micas e feldspatos de rochas ígneas ou metamórficas.

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